Em algum ponto da madrugada, terminei Emergência, livro de Steven Johnson sobre sistemas emergentes. Muito, muito bom, mas ainda assim pior de o anterior do autor, Cultura da Interface.
Ao tratar de sistemas que se auto-organizam e criam um nível de complexidade superior, Johnson vai se aproximando do problema por vários lados, misturando cidades, formigas, cérebros e videogames sem muita ordem nos seus exemplos e explicações. Apesar do aparente despropósito, funciona muito bem, já que a atenção não é voltada para os objetos em si, mas para o seu modo de oranização comum, a emergência.
Por ser mais focado que CI, o livro não cria aquela impressão de mil idéias por página, sendo um tanto menos empolgante. Do mesmo modo, as opiniões menos usuai do autor não são mais novidade, já que são conhecidas. Mesmo assim o livro é excelente, com argumentações muito bem construídas e senso de humor, parecendo as aulas de um bom professor.
Infelizmente a tradução é cheia de erros e tem algumas exolhas irritantes. Segundo um aviso nas primeiras páginas, os termos utilizados seriam os mais usados no Brasil, sendo em inglês ou português. Uma ótimas escolha que não é levada a cabo. "Jogos de vídeo" é usado no lugar do mais corriqueiro "videogame". Expressões inéditas como "artistas vigaristas" aparecem para "con artists". Além disso, o livro é cheio de notas, mas as páginas anotadas não têm nenhuma indicação disso.